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Estudo realizado por pesquisadora da USP encontrou metais pesados no organismo de tilápias-do-nilo que vivem em lagos dos parques do Ibirapuera e Ecológico do Tietê

A partir da análise do nível de metais pesados, como mercúrio, cádmio e chumbo, no sangue e no fígado de peixes, a médica veterinária Maria Eugenia Carreteiro realizou, nos lagos do Parque Ecológico do Tietê e do Parque do Ibirapuera Ibirapuera, em São Paulo, uma pesquisa para verificar a qualidade das águas de tais locais. Com auxílio da CETESB (Companhia de Tecnologia e Saneamento Ambiental), a mestranda da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ) da USP pesquisou as tilápias-do-nilo, peixes que vivem em grande quantidade nesses lagos e são bons bioindicadores da poluição ambiental.

A pesquisa ocorreu em dois períodos (julho de 2011 e janeiro de 2012) e os resultados mostraram que, apesar de os equipamentos tradicionais não detectarem níveis altos de metais pesados nas águas dos lagos, as alterações foram evidentes na análise do organismo dos peixes, que apresentaram quantidades significativas de contaminantes. De acordo com a verificação, o nível de metais pesados presentes nas águas dos lagos paulistanos é similar a de países como Índia e China, e 20 vezes mais poluída do que águas de parques canadenses.

Em ambos os lagos, durante o verão e em pontos específicos, a concentração de mercúrio supera o limite de 0,0002 miligramas por litro estabelecido pelo Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama) – não há regulação para cádmio e chumbo. Isso faz com que as espécies vivam de forma precária e não sejam passíveis de consumo por seres humanos. Os peixes apresentam inflamações nas brânquias, câncer no baço e no fígado e lesões no olhos, por exemplo. Como se não bastasse, as águas dos locais apresentam baixa oxigenação e coliformes fecais.

A pesquisa confirmou a viabilidade de utilizar as tilápias-do-nilo como bioindicadores e constatou que grande parte dos contaminantes chega aos rios devido à ação humana. Mercúrio, chumbo e cádmio existem na natureza, mas em baixas concentrações. Queima de combustíveis fósseis e desaguamento de córregos contribuem para o problema nos parques. 

“Ao invés de analisar apenas a água, que é abiótica, com os peixes é possível verificar a quantidade de metal disponível para as diversas formas de vida, como mamíferos e aves”, explica. “A análise do sangue dos peixes evidenciou a contaminação recente, enquanto o estudo do fígado evidenciou a contaminação crônica”.

O perigo dos metais pesados está presente nos combustíveis fósseismateriais eletrônicos, lâmpadas fluorescentes, joias e bijuterias. É importante estar ligado em formas de descarte e ter atitudes sustentáveis para evitá-los. 

Fonte: USP

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