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Pesquisadores sugerem que os efeitos do barulho nas plantas podem ser bem mais duradouro que nos humanos

Imagem de Roma Kaiuk em Unsplash

Um novo estudo realizado por pesquisadores da California PolytechnicState University, nos Estados Unidos, revelou que a poluição sonora humana afeta a diversidade da vida das plantas em um ecossistema, mesmo depois que o ruído foi removido. O estudo, que é o primeiro a explorar os efeitos de longo prazo do barulho nas comunidades de plantas, foi publicado ontem (14) no periódico científico Proceedings of the Royal Society B.

Em outro estudo, conduzido 12 anos atrás perto de poços de gás natural no Novo México, pesquisadores descobriram que havia 75% menos mudas do pinheiro da espécie Pinus subsect. Cembroides em locais barulhentos do que em locais silenciosos.

As evidências sugerem que isso teria acontecido por causa do barulho que acabou afugentando o gaio-da-mata de Woodhouse, um pássaro nativo do oeste da América do Norte que planta milhares de sementes de pinheiro enquanto as armazena para comer durante os meses de inverno.

Para descobrir se o pinheiro havia se recuperado com o tempo, uma equipe de pesquisa voltou recentemente ao local. Como as empresas mudam os lugares onde usam compressores barulhentos para ajudar a produzir gás natural, alguns dos locais anteriormente barulhentos se tornaram silenciosos.

Nessas áreas, havia menos mudas em comparação com os locais que não tinham compressores adicionados ao poço para acelerar a extração de gás. A diminuição das mudas, consequência da época em que o local era barulhento, mostra que as sementes do pinheiro continuaram não brotando mesmo depois que o ruído foi removido da região.

Embora seja possível que a espécie tenha sido reduzida em razão da falta de oportunidades de produção, é mais provável supor que o gaio-da-mata de Woodhouse não tenha retornado à área anteriormente barulhenta e, portanto, não esteja plantando sementes.

De acordo com Jennifer Phillips, autora principal do estudo, alguns animais têm memória episódica. Como são sensíveis ao ruído, eles aprendem a evitar áreas desagradáveis – e pode levar algum tempo para que eles retornem a essas áreas anteriormente barulhentas.

Os pesquisadores também encontraram diferenças nas mudas de zimbro e nas comunidades de plantas com flores, dependendo dos níveis de ruído atuais e da eventual mudança nos níveis de ruído em virtude da movimentação de compressores barulhentos.

Locais com maior ruído apresentaram menos mudas de zimbro e outros tipos de plantas do que locais tranquilos. Por causa da complexidade dos ecossistemas, o motivo preciso dessas mudanças ainda é desconhecido.

Estudos futuros podem oferecer uma visão mais precisa de como o barulho está causando essas mudanças no ecossistema. Os pesquisadores querem entender melhor quais herbívoros, dispersores de sementes e polinizadores evitam ou são atraídos pelo ruído e como as mudanças no comportamento dos insetos e dos animais se combinam para afetar as comunidades de plantas.

Com base nos padrões de mais de uma década de um ecossistema com poluição sonora, as evidências sugerem que as comunidades de plantas podem levar muito tempo para se recuperar dos efeitos do ruído humano.

Ainda assim, a coautora e botânica principal Sarah Termondt, uma das autoras do estudo, enfatiza a necessidade de compreender os custos totais e duradouros do ruído. Para ela, observar em longo prazo as mudanças nos inventários florísticos ao longo do tempo poderá ajudar a descobrir se as comunidades eventualmente se recuperam após longos períodos de poluição sonora, mesmo depois de removida da paisagem.


Fontes: Proceedings of the Royal Society B e Sci-Tech Daily


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