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28 milhões de hectares já foram reflorestados entre 1999 e 2013. Investimento foi de US$ 19 bilhões

A China está investindo pesado em projetos de reflorestamento, buscando resgatar áreas de florestas nativas que foram derrubadas. No sudoeste do país, a desertificação e a erosão dos solos deixados descobertos começaram a ameaçar a produção de alimentos. Assim, em 1999, a China implantou um megaprojeto para replantar essas florestas. Até o ano de 2013 já haviam sido reflorestados 28 milhões de hectares, área equivalente à do estado de Alagoas.

O Brasil, para se ter uma ideia da proporção do projeto chinês, perde aproximadamente 500 mil hectares de Floresta Amazônica por ano. Isso quer dizer que em quatro anos a China plantou o equivalente a 56 anos de desmatamento amazônico. Comparando com as plantações, toda a soja plantada no Brasil ocupa 33 milhões de hectares, a cana-de-açúcar, 9 milhões e as florestas de eucalipto, 4,8 milhões de hectares.

O governo chinês investiu US$ 19 bilhões para mudar a ecologia de toda a região sudeste do país. O valor equivale a R$ 60 bilhões, todo o capital que o Brasil gastou com educação em 2017. Em 80% da área reflorestada, foram plantadas árvores nativas misturadas com árvores que pudessem ser cortadas no futuro de modo sustentável. Nos outros 20% foram plantadas árvores nativas com ênfase nas plantas medicinais utilizadas na China. O financiamento foi público, mas sua execução foi feita pelos agricultores locais, que receberam sementes, orientação e incentivos fiscais.

O projeto foi avaliado agora por meio do uso de imagens de satélite, que compararam imagens obtidas entre 1982 (antes do início do programa) e 2015 segundo dois critérios. O primeiro observou a fração da área total que está coberta por vegetação, independente do tipo (se são árvores ou um pasto, por exemplo). O segundo índice permite calcular a quantidade de carbono acumulada acima do solo em cada hectare analisado.

Os resultados são impressionantes. As áreas que antes eram de solo nu e passaram a ser cobertas atingiram 5 milhões de hectares entre o ano 2000 e 2010. Foi um reflorestamento anual equivalente ao nosso desflorestamento na Amazônia (os 500 mil hectares de mata perdidos todos os anos). Além disso, a quantidade total de biomassa acumulada acima do solo na área do projeto aumentou em 9%, um número grande o suficiente para alterar o balanço de carbono de toda a China.

As conclusões são positivas, embora os cientistas destaquem que ainda são necessários estudos complementares no local, já que os satélites não conseguem avaliar a biodiversidade do que foi plantado e a diversidade de plantas e animais que ocupam essas novas florestas. Por terem sido plantadas espécies que possam ter valor comercial no futuro, ainda não é possível saber o quão parecidas são essas florestas com as originais.

Alguns acusam a China de não replantar florestas idênticas às originais, mas o projeto busca remodelar o sistema ecológico de grandes áreas e é o único do mundo nesse sentido. O governo chinês demonstrou um grande pragmatismo, uma vez que as demandas energéticas e alimentares de sua população crescente não permitem o luxo de perder solos para a desertificação. A China ainda tem no carvão sua matriz energética principal e não é à toa que está investindo no reflorestamento e na produção de energia renovável.


Fontes: O Estado de S. Paulo e Nature

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