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Produto aplicado em têxteis se mostrou eficaz para destruir o SARS-CoV-2, agindo como um revestimento antiviral que elimina o vírus das roupas

A empresa canadense de biotecnologia Intelligent Fabric Technologies North America (IFTNA) divulgou esta semana que teve sucesso no desenvolvimento de um produto químico capaz de eliminar o novo coronavírus de tecidos. Chamado de PROTX2 AV (pronuncia-se pro-tex), o produto destruiu 99,9% dos vírus da Covid-19 em 10 minutos, com poder de destruição residual por 24 horas.

O produto químico penetra na camada externa do vírus e elimina seu processo de replicação. Ele pode ser aplicado durante o processo de acabamento têxtil sem a necessidade de máquinas ou etapas adicionais e já foi testado sob os padrões da Associação Americana de Químicos Têxteis, o que fez com que se tornasse o primeiro produto químico antimicrobiano a ser comprovado, segundo os códigos dos EUA, como capaz de desativar o vírus SARS-CoV-2, o causador da Covid-19.

Vantagem científica e de marketing

A aprovação no teste, juntamente com a permissão da Agência de Proteção Ambiental norte-americana (EPA), dará às marcas que usam têxteis tratados com o PROTX2 AV uma vantagem científica e de marketing em relação a produtos que comprovadamente destroem outros tipos de coronavírus. A EPA irá decidir se a empresa pode reivindicar em suas peças de marketing que seu produto mata o novo coronavírus.

A questão é que muitas fabricantes de têxteis antimicrobianos citam em seus sites que seus produtos têm proteção contra “coronavirus”, mas não avisam para qual vírus específico. Como a família dos coronavírus é grande, cada vírus reage de um modo diferente aos produtos químicos e essas empresas só colocam nas letras miúdas de seus anúncios que a propriedade antimicrobiana não é específica para o SARS-CoV-2.

“O que dificulta é que não sabemos muito sobre o vírus da Covid ou como ele vai reagir [aos tratamentos químicos]”, diz Giancarlo Beevis, CEO da IFTNA. “É isso que o torna diferente de outros coronavírus humanos. Alguns desses vírus causam sintomas parecidos com um resfriado comum. No caso desse novo coronavírus, ainda não sabemos por completo o que ele pode causar.”

O aumento do interesse por tecidos que não se contaminam faz com que a IFTNA produzisse um aditivo com o PROTX2 AV para a produção de roupas já para a próxima estação. A empresa também está começando a produzir seu próprio equipamento de proteção individual (EPI) e lançará uma marca de roupas chamada Underit ainda este ano ou no início do próximo. O EPI e uma parte da linha Underit serão tratados com o produto químico antiviral.

Enquanto isso, seus parceiros de fabricação – que incluem uma série de rótulos de consumo conhecidos – também planejam incorporar o PROTX 2 AV nos próximos produtos. A Careismatic Brands, uma empresa global de calçados e roupas de saúde, já começou a testar jalecos, aventais e máscaras com o químico. Outras marcas também planejam coleções tratadas com o produto antiviral.

“O mercado de têxteis antimicrobianos será um dos poucos que não apenas terá uma recuperação de curto prazo após a pandemia de Covid, mas deve experimentar um crescimento de longo prazo”, acredita Scott Pantel, CEO da Life Science Intelligence, uma empresa de análise de tecnologia médica. “Empresas como Google, Amazon e Microsoft estão entrando no setor de saúde, e a demanda dos consumidores por material antimicrobiano será enorme.”

Antes da pandemia, a IFTNA já trabalhava com tratamentos químicos antibacterianos para empresas têxteis há 12 anos, mas nunca teve grande sucesso. Os produtos não geravam muito interesse. O CEO da empresa diz que antes não havia procura por esse tipo de proteção. “O grande problema nos ambientes hospitalares são as bactérias. Os maiores custos envolvem infecções bacterianas que fazem as pessoas ficarem mais tempo no hospital, causam complicações ou criam readmissão. Já os vírus vêm e vão, e por isso eles não são a principal preocupação em um estabelecimento de saúde”, diz Beevis.

Próximos passos

A IFTNA aguarda a aprovação regulatória de seu produto químico. Eles estão conversando com a agência regulatória EPA para acelerar sua aplicação, sob provisão de uso emergencial, para permitir que seus parceiros que já usam o PROTX2 AV reivindiquem legalmente que seus têxteis conseguem matar o novo coronavírus.

Eventuais roupas antivirais devem ser usadas para aprimorar – e não substituir – outros protocolos de segurança, como lavagem das mãos, distanciamento social e uso de máscaras. “Conforme as pessoas começam a voltar ao trabalho e tentamos reiniciar nossa economia, queremos nos sentir protegidos”, diz Beevis. “Se pudermos oferecer mais uma ferramenta para ajudar nesse processo, é uma vitória.”



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