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Com o acordo, a USP passa a integrar o grupo Pioneer Universities, ao lado de outras seis instituições de ensino superior da Europa e Estados Unidos

Imagem: Wikimedia Commons

Um novo modelo econômico, com novas oportunidades de negócios, produtos multifuncionais, serviços colaborativos, maior valor agregado ao bem e contribuições significativas para a sustentabilidade social, econômica e ambiental.

Por trás dessa atrativa proposta está o conceito de econômica circular, que está ganhando projeção nas atividades de ensino, pesquisa e extensão da Universidade de São Paulo (USP).

A USP celebrou um acordo com a Ellen MacArthur Foundation (EMF), com o objetivo de difundir e acelerar a transição para esse modelo sistêmico, baseado em abordagens pioneiras e inovadoras que envolvem empresas, governo e sociedade.

Com o acordo, a USP passa a integrar o grupo Pioneer Universities, ao lado de outras seis instituições de ensino superior da Europa e Estados Unidos.

“Nossa Fundação é uma rede de apoio, e a USP entra para colaborar como um ativo, liderando debates, fazendo pesquisas e capacitando pessoas, através desse modelo de pensamento. Vimos na USP a universidade com maior potencial para ser um agente catalisador dessa mudança, no Brasil e na América Latina”, afirmou Jo Miller, gerente do Programa de Educação Superior da EMF.

Economia Circular

“A economia circular é uma estrutura de pensamento, que envolve as ciências contemporâneas e o trabalho colaborativo. O papel da USP será o de influenciar o debate nas mais diferentes áreas, acerca de um modelo de produção e de consumo que seja mais coerente com o Século 21. Não é uma corrida; é preciso refletir, internalizar o conceito e só depois partir para a ação”, afirmou Ken Webster, diretor de Inovação da EMF.

O atual modelo linear de produção e consumo de bens segue a linha extrair – transformar – descartar. Ele gera, de um lado, uma excessiva exploração dos recursos naturais para obtenção e processamento da matéria-prima e, de outro, a subutilização e o subaproveitamento de produtos, que já nascem com sua obsolescência planejada.

A economia circular, por sua vez, prevê um ciclo contínuo de desenvolvimento, que é restaurativo e regenerativo por princípio, eliminando a noção de resíduos e mantendo produtos, componentes e materiais ao seu mais alto nível de valor e utilidade o tempo todo.

Em vez de se comprar produtos, adquire-se acesso ao benefício proporcionado pelo produto

“Não estamos desencorajando o consumo; estamos apresentando formas mais positivas de produção e consumo, não só para as empresas, que reduzem custos e criam novas fontes de receita, ou para o meio ambiente, mas para o sistema como um todo, para que possa funcionar no longo prazo”, defende Webster.

Isso exigirá novos modelos de negócio, que estabeleçam uma nova dinâmica na relação do consumidor com o bem físico. Por exemplo, em vez de se comprar produtos, adquire-se acesso ao benefício proporcionado pelo produto, ou seja, em vez de adquirir um aparelho de ar condicionado, o consumidor compra um número de horas de climatização. O equipamento é da empresa, assim como toda a manutenção regular necessária para oferecer o serviço de qualidade e o melhor reaproveitamento de suas peças e componentes.

Este mecanismo não é desconhecido do mercado, sendo utilizado há anos pelos fabricantes de máquinas fotocopiadoras; a Rolls-Royce já não vende mais turbinas para aviões, ela vende horas de voo; e a Airbnb, uma organização que oferece aposentos e acomodações temporárias não constrói prédios ou hotéis, usando apenas quartos de pessoas que decidem compartilhar seus espaços.

“É uma nova forma de negócio, que passa por mudanças culturais que agrega valor sistêmico, reduz as externalidades negativas e promove a máxima eficiência dos recursos e eficácia do sistema”, defendeu o professor Aldo Roberto Ometto, que será o coordenador das atividades na USP.

Comunidade

A USP, única do hemisfério sul a integrar a rede, terá quatro grandes objetivos nos próximos três anos:

  1. Criar uma comunidade de pesquisa e desenvolvimento de conhecimento para uma economia circular multidisciplinar, nas seguintes áreas de conhecimento:
  • Agricultura e Ciências Florestais
  • Arquitetura
  • Biologia
  • Ciências Sociais
  • Direito
  • Engenharia
  • Economia
  • Física
  • Gestão
  • Negócios e Administração
  • Matemática e Ciências da Computação
  • Planejamento Urbano e Regional
  • Integrar conteúdos de economia circular em cursos de graduação e pós-graduação;
  • Desenvolver programas de educação, nessa temática, para a sociedade;
  • Apoiar técnica e cientificamente a investigação, inovação e transferência de conhecimento para a sociedade.

  • Fonte: EcoD (via Inovação Tencológica)

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