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Os sistemas agrícolas de povos indígenas, quilombolas, seringueiros, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais de matriz africana são parte importante da dinâmica econômica de diversas regiões

Uma delegação brasileira foi ao Japão para começar, em 24 de novembro, um curso sobre práticas agrícolas de indígenas e outras comunidades ancestrais. A formação abordará os aspectos dos Sistemas Agrícolas Tradicionais Globalmente Importantes (GIAHS), reconhecidos pela Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO).

Para a presidente do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), Kátia Bogéa, uma das integrantes da comitiva, a iniciativa é uma oportunidade única para ampliar conhecimentos sobre as relações entre cultura e meio ambiente.

“O Brasil é um país megadiverso, não apenas do ponto de vista biológico, mas também cultural. Povos indígenas, grupos de imigração, povos quilombolas mantêm vivas em todas as regiões do Brasil maneiras muito próprias de se relacionar com a natureza, as quais refletem formas diferenciadas de se colocar no mundo com práticas culturais, produtos e hábitos alimentares muito diversos. Toda essa diversidade precisa ser melhor conhecida, valorizada e protegida”, afirma a gestora..

No Brasil, o Sistema Agrícola Tradicional do Rio Negro, no estado do Amazonas, foi reconhecido pelo Iphan em 2010 como patrimônio cultural e incluído no Livro dos Saberes. O país possui ainda outros bens culturais registrados cujos conhecimentos tradicionais estão ligados ao manejo da biodiversidade e a sistemas alimentares específicos. São os casos da Produção Tradicional e Práticas Socioculturais Associadas à Cajuína no Piauí, do Ofício de Baianas de Acarajé e do Modo Artesanal de Fazer Queijo de Minas, nas regiões do Serro e das Serras da Canastra e do Salitre.

Também participam da delegação dirigentes do Departamento de Transferência de Tecnologia da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) e da Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead/Casa Civil), além de quatro representantes da sociedade civil, lideranças locais e pesquisadores, que atuam em comunidades de agricultura tradicional em Minas Gerais, São Paulo e Pará.

Os sistemas agrícolas de povos indígenas, quilombolas, seringueiros, ribeirinhos e outras comunidades tradicionais de matriz africana são parte importante da dinâmica econômica de diversas regiões. Sua manutenção está vinculada aos saberes ancestrais dessas populações, celebrada pela FAO como um patrimônio Cultural que guarda modos únicos de preservação da agrobiodiversidade.

A FAO trabalha para identificar e conservar a biodiversidade agrícola e seus sistemas de saberes, assegurando à humanidade um conjunto vital de serviços sociais, culturais, ecológicos e econômicos. Marcello Broggio, oficial da agência da ONU no Brasil, explica que a expectativa do organismo é de que os agricultores brasileiros se interessem mais pela construção e reconhecimento de um GIAHS.

“Para isso, eles precisam elaborar um dossiê com a definição do sistema e construir um plano de conservação dinâmica. Obter esse reconhecimento da FAO é um argumento muito forte frente às autoridades locais”, defendeu o especialista.

A atividade no Japão é fruto de um acordo de cooperação técnica entre o Iphan e a EmbrapaA, que uniram esforços para a preservação e o desenvolvimento da agrobiodiversidade nacional. O curso, com duração até 3 de dezembro, impulsionará o processo de adequação das normas e critérios dos GIAHS às especificidades dos sistemas agrícolas tradicionais brasileiros.



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