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Bisfenol F é um disruptor endócrino presente no dia a dia e apresenta efeitos deletérios para a saúde humana e meio ambiente

O BPF, cujo nome por extenso é bisfenol F, é uma substância presente em diversos tipos de materiais. Usado como substituto do BPA, esse bisfenol pode ser encontrado na indústria na forma de resinas e revestimentos epóxi (especialmente para sistemas que necessitam de maior espessura e durabilidade como os revestimentos de tanques e tubulações), pisos industriais, coberturas para pavimentos rodoviários e de pontes, adesivos estruturais, lâminas e vernizes elétricos.

Conheça os tipos de bisfenol e seus riscos

Nos produtos de consumo diário, o BPF pode ser encontrado na forma de lacas, vernizes, revestimentos, adesivos, plásticos, canos de água, selantes dentários e embalagens de alimentos.

De acordo com um estudo publicado pela Environmental Health Perspectives, o BPF foi detectado em produtos de lavagem corporal, maquiagens, loções, cremes dentais, notas, folhetos, ingressos, envelopes, passagens de avião e até em alimentos, como produtos lácteos, carnes, produtos à base de carne, vegetais, alimentos enlatados e cereais, por exemplo.

 Resina BPF

O estudo ainda afirma haver a presença de BPF também em águas superficiais, sedimentos (rochas), efluentes de esgotos e inclusive na urina humana (em 55% das amostras analisadas).

Origem

O BPF surgiu como um substituto ao BPA, o bisfenol A. Depois que a substância teve seu uso restringido e proibido em mamadeiras por ser comprovadamente um disruptor endócrino (causador de desequilíbrio hormonal), tendo sido associada a doenças como câncer, diabetes, problemas da tiroide e do coração, entre outras, foram criados dois outros tipos de bisfenol: o bisfenol F (BPF) e o bisfenol S (BPS). Esses substitutos do bisfenol A, em princípio, pareciam mais seguros.

Efeitos

Um compilado de estudos in vivo mostrou que o BPF se acumula no organismo e apresenta efeitos estrogênicos (estimula a ovulação) e androgênicos, efeitos negativos na tireoide, efeitos negativos fisiológicos/bioquímicos, aumenta o tamanho do útero e o peso de testículos e glândulas.

Apesar de a princípio ter sido desenvolvido como um substituto mais seguro, o BPF, assim como o BPA, é um disruptor endócrino na mesma ordem de grandeza e pode até ser mais potente, sendo ainda mais danoso para a saúde humana e dos animais.

Disruptores endócrinos no ambiente

Os disruptores endócrinos similares ao BPF presentes em materiais descartados de maneira incorreta podem parar nos oceanos, rochas e até mesmo no gelo polar. Uma vez no ambiente, os materiais com esse bisfenol passam a fazer parte do habitat dos animais, causando interferências em seu desenvolvimento e até esterilidade.

Estes disruptores endócrinos semelhantes ao BPF prejudicam répteis, aves, mamíferos, anfíbios, peixes e insetos. Foi observado que eles provocam drásticas reduções em populações de golfinhos, baleias, veados e furões. Os disruptores endócrinos ainda prejudicam o desenvolvimento de ovos de aves, deformidades sexuais em répteis e peixes, alterações na metamorfose de anfíbios e muitos outros danos.

Comparação com o BPA

Da mesma forma que o BPA, o BPF pode parar na corrente sanguínea após o contato com a pele e, dependendo dos níveis de exposição, causar danos à saúde. Ele também pode migrar de embalagens/recipientes para alimentos e vir a ser ingerido durante a alimentação.

A diferença é que o o uso de BPF não é regulamentado, desta forma ele pode estar presente indiscriminadamente em diversos materiais.

Por apresentar a mesma ordem de grandeza ou ser até mais potente que o BPA, o BPF apresenta um risco significativo para a saúde, visto que a Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia do Estado de São Paulo (SBEM-SP) aponta que, em doses extremamente pequenas (inferiores à dose considerada segura), o BPA já apresenta efeitos deletérios.

Além disso, em comparação ao BPA, o BPF é mais resistente no ambiente. E isso prolonga o tempo de exposição ao BPF, aumentando seus efeitos quantitativamente.

Prevenção

Para se prevenir da exposição ao BPF é melhor optar por alimentos (e outros produtos) que venham em materiais de vidro, aço inoxidável e materiais de porcelana.

É mais seguro dar preferência a alimentos in natura que não ficam em contato com embalagens plásticas durante muito tempo, como acontece com os processados.

Além disso, é melhor não imprimir extratos nem comprovantes, dando prioridade para as versões digitais, já que o tipo de papel utilizado para esses fins costuma conter BPF.

Descarte corretamente seus objetos de plástico para prevenir que eles contaminem o ambiente e causem prejuízos também aos animais. Consulte aqui no Portal eCycle quais são os Postos de Coleta mais próximos de sua residência.

Descarte

O descarte dos produtos contendo bisfenol F é um grande problema. Se forem descartados de modo incorreto, além de causar poluição visual, estes materiais começam a liberar BPF no ambiente, contaminando lençóis freáticos, solos e a atmosfera. O bisfenol também pode acabar contaminando alimentos, recursos hídricos e prejudicar pessoas e animais das formas mais graves possíveis.

Por outro lado, se o material contendo BPF for destinado para a reciclagem, dependendo do tipo de material em que ele seja transformado, o bisfenol pode ter um impacto negativo ainda maior sobre a saúde humana. Além do mais, incentivar a reciclagem de produtos contendo bisfenol é incentivar a permanência desse tipo de substância no cotidiano das pessoas e no meio ambiente.

Sendo assim, a melhor opção seria reduzir ao máximo o consumo desse tipo de produto. Quando não for possível zerar o consumo, a melhor forma de descartar itens que contenham bisfenol é a seguinte:

Juntar os materiais contendo bisfenol F, embalá-los firmemente em sacolas plásticas não biodegradáveis (para que não vazem) e destiná-los a aterros seguros, pois lá eles não correrão o risco de vazarem para lençóis freáticos ou solos. No caso de vernizes ou outros materiais líquidos é adequado embalá-los em garrafas plásticas rígidas.

O problema é que esses rejeitos serão um volume a mais em aterros. Então aliado à esta atitude é preciso pressionar órgãos fiscalizadores e empresas para que deixem de usar substâncias tão nocivas como os diversos tipos de bisfenol e seus substitutos, principalmente, ou pelo menos, em embalagens de alimentos e outros recipientes que são fontes de exposição mais significativa.


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