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O bioma que ocupa o Nordeste e norte de Minas já teve 47% de sua área desmatada e conta com apenas 1% de sua extensão legalmente protegida

Ancestrais, com linhagens de plantas mais antigas do que da Amazônia ou Cerrado, as florestas secas resistem ao tempo e à ocupação. Os solos férteis que as abrigam são um convite à agricultura ao mesmo tempo em que a escassez de água contribui para ambientes inóspitos. E apesar de alguns países latino-americanos guardarem menos de 10% de suas florestas secas originais, o importante é que elas ainda resistem. E melhor assim, pois guardam uma biodiversidade rica e ainda pouco estudada, que ganhou a capa da renomada revista Science.

No artigo publicado em 23 de setembro, a equipe de pesquisadores da Rede Latino-americana de Florística de Florestas Tropicais Sazonalmente Secas (Dryflor) conta 6.958 espécies de árvores em matas secas em todo continente. O número é bem menor que as espécies listadas para a Amazônia, mas é preciso levar em consideração que a floresta úmida é muito mais estudada, com muito mais levantamentos de campo realizados. O estudo demonstrou também que áreas de florestas secas possuem composição florística diferente entre elas, de modo que raramente compartilham as mesmas espécies.

“Ao ser publicado numa das revistas científicas de maior prestígio, esperamos que ajude a chamar a atenção para esse ecossistema tão incrível e ao mesmo tempo esquecido”, acredita a bióloga Flávia Pezzini, que participou do estudo. “As matas secas foram berço da civilização pré-colombiana e a fonte de importantes cultivos como o milho, feijão e tomate. Mas historicamente foi bastante destruída e pouco estudada”, completa.

No mapa da continente americano, as matas secas aparecem distribuídas desde o México e Sul da Flórida até o Norte da Argentina, passando por ilhas do Caribe, Andes. No Brasil, ocupa áreas da Mata Atlântica e Cerrado, mas é identificada com a Caatinga, que se estende por aproximadamente 850 mil quilômetros quadrados. Apesar se ser exclusivamente brasileiro e ocupar cerca de 11% do território nacional, o bioma que ocupa o Nordeste e norte de Minas já teve 47% de sua área desmatada e conta com apenas 1% de sua extensão legalmente protegida.

Os autores do artigo defendem que a conservação da diversidade biológica das matas secas seja considerada uma prioridade. São espécies adaptadas ao calor e à seca, condições que provavelmente se tornaram mais intensas na região tropical. Eles destacam a necessidade de serem criadas várias áreas de proteção espalhadas por diversos países para proteger a diversidade dessa vegetação.

A rede Dryflor é liderada pelo Jardim Botânico Real de Edimburgo e inclui mais de 50 pesquisadores e conservacionistas. Ela é financiada pela Leverhulme Trust International Network, fundada em 1925.


Fonte: O Eco

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