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A utilização de medicamentos está contaminando nossa água e causando danos aos animais marinhos

Tomar um remedinho aqui e outro ali é um fato um tanto comum. Se você para para pensar, em quantos dias do último ano você se medicou? No entanto, alguns deles, como remédios que regulam hormônios, causam efeitos colaterais ao corpo e não só nele. Ao tomar um remédio, nosso corpo absorve apenas parte de suas propriedades – o resto é eliminado via urina ou fezes.

Um estudo realizado pelo Levantamento Geológico dos Estados Unidos (USGS), em 1999 e 2000, encontrou quantidades notáveis de um ou mais medicamentos em 80% das amostras de água de cerca de 139 fontes de 30 estados americanos. Os medicamentos identificados incluem antibióticos, antidepressivos, hormônios, medicação para o coração e analgésicos, além de grandes quantidades de cafeina. Essas substâncias são jogadas na água e podem contribuir para a contaminação dos peixes.

Medicamentos são considerados hoje potenciais causadores de poluição da água, assim como pesticidas, fertilizantes e lixo industrial. Alguns estudos já comprovam que eles causam danos significativos a populações aquáticas, mudando até sua natureza.

Casos

Em uma pesquisa da Universidade de Winsconsin-Milwaukee, nos Estados Unidos, foi observado que peixes da espécie Fathead Minnows, ao serem expostos a um comum antidepressivo, tiveram mudanças comportamentais e começaram a se tornar muito agressivos. Pesquisadores da Umeå University, na Suécia, realizaram um estudo que identificou que peixes da espécie perca, ao serem expostos a medicamentos de ansiedade, tornaram-se antissociais e imprudentes. Outro estudo da University of Southern Denmark (DK) demonstrou que o peixe zebra, quando exposto ao ibuprofeno, perdeu o interesse em acasalar.

No entanto, esses estudos foram realizados em laboratórios e não se sabe ao certo se serão adequados para as populações naturais, mas mesmo pequenos níveis de medicamentos na água podem ter consequências. Algumas dessas substâncias também são acumuladas nos tecidos dos peixes, assim como ocorre nos humanos.

Com a poluição de estrogênio, a partir de medicamentos de controle de natalidade, a população de peixes pode colapsar. Peixes machos expostos ao hormônio ficam femenizados, produzindo as mesmas proteínas que as fêmeas usam para produzir ovos, inclusive desenvolvendo os ovos que são imaturos. Além de estudos como os realizados pela USGS, que comprovaram os impactos da poluição do hormônio, alguns exemplos de peixes contaminados foram encontrados em vários corpos d’água, como no rio Potomac, em Washington (EUA). Entre 50% a 75% da população masculina de robalos que vivia nesse rio apresentou sinais de contaminação pelo hormônio e sinais de feminização.

A utilização de hormônios na criação de bovinos é a mais preocupante desse tipo de poluição, sendo que a quantidade de estrogênio encontrado nesses animais chega a ser até mil vezes maior que o encontrado em seres humanos. Esses hormônios também são liberados nas fezes e urinas dos animais.

Além dos danos à população de animais marinhos, a água contaminada por hormônios pode trazer problemas para os humanos. A exposição a níveis elevados de estrogênio aumenta as chances de desenvolvimento dos cânceres de mama e de ovário para as mulheres e pode levar à diminuição dos genitais e redução do nível de esperma pra os homens.

A poluição por medicamentos ainda é considerada uma “potencial” forma de poluição, desse modo, não existem normas para o seu controle. A Agência de Proteção Ambiental dos Estados Unidos (EPA) estabeleceu algumas abordagens, como a educação pública, o monitoramento continuo dos corpos d’água, parcerias com instituições da saúde para redução de resíduos e, futuramente, a elaboração de novas normas. Atualmente, a EPA também adicionou cerca de dez compostos farmacêuticos, sendo um antibiótico e nove hormônios, em uma lista de potenciais contaminantes – o que será útil para a realização de estudos mais profundos sobre seus efeitos.

O que fazer?

Existem algumas maneiras de diminuir nossa contribuição para esse tipo de poluição da água. Confira:

Diminua seu consumo

Descontos em embalagens maiores de medicações são atrativos, porém, com o descarte incorreto do medicamento não utilizado, o destino final dessas substâncias são os cursos d´água;

Utilize os programa de devolução de medicamentos

Veja se existe um programa de devolução de medicamentos na sua cidade. A Farmácia do Instituto Central do Hospital das Clínicas, em São Paulo, oferece esse serviço;

Seja cuidadoso com a forma em que os seus medicamentos são descartados

Descarte seus medicamentos de forma correta. Não dê descarga em medicamentos não utilizados. Procure o local correto para descarte mais próximo da sua região na nossa seção de postos de reciclagem;


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