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A indústria de cruzeiros é lucrativa, mas não quer gastar com filtros e energias alternativas

Imagem de Sarah Lötscher por Pixabay

Se você estiver indo para Veneza, na Itália, em férias, não se esqueça de levar sua máscara antipoluição. Preocupar-se com o ar tóxico pode parecer estranho em uma cidade com poucas estradas e carros, mas o ar de Veneza traz riscos ocultos.

Todos os dias, cinco ou seis dos maiores cruzeiros do mundo chegam ao coração da cidade antiga, que abriga o maior terminal de cruzeiros do Mediterrâneo. Esses navios têm restaurantes luxuosos, vastas piscinas e entretenimento exótico – mas não costumam divulgar nada a respeito da poluição que soltam no ar da cidade.

Esta é uma das razões pelas quais os habitantes locais estão tão irritados com o impacto do turismo em sua famosa cidade. Os protestos contra os navios de cruzeiro são comuns. Em maio de 2017, cerca de 20 mil venezianos votaram em um referendo não oficial, que teve 99% de apoio a uma moção exigindo que os navios mantenham distância.

Os operadores de navios afirmam que usam combustível de baixa emissão quando estão perto das grandes cidades, mas a realidade é outra, segundo Alex Friedrich, do grupo ambiental alemão Nabu. “O combustível que eles queimam contém cerca de 100 vezes mais enxofre que o emitido por um caminhão a diesel.”

À medida em que grandes navios navegavam pelo canal principal, a equipe de Alex registrou a marca de até 500 partículas ultrafinas por centímetro cúbico – nível 500 vezes maior do que o ar limpo do mar.

Essas partículas permanecem no ar muito tempo após os navios passarem e são transportadas a quilômetros de altitude pelo vento. O material particulado está ligado a graves problemas de saúde, como doenças cardiovasculares e respiratórias (saiba mais em “O que é poluição do ar? Conheça causas e tipos“).

A Organização Mundial da Saúde coloca partículas diesel na mesma categoria cancerígena que fumar e amianto.

Impactos e investimentos

Números da Comissão Européia estimam que cerca de 50 mil pessoas morrem prematuramente todos os anos na Europa por causa da poluição do setor de transporte marítimo. Trata-se de um escândalo porque existem medidas disponíveis para corrigir o problema de forma econômica, desde o uso de combustíveis mais limpos até a instalação de filtros e a utilização da tecnologia da bateria perto da costa.

Mas a indústria de cruzeiros, que é muito lucrativa, provou não querer se envolver com o problema. Cerca de um milhão de britânicos passam ao menos um feriado em cruzeiro todos os anos, muitos pagando até mil dólares cada para uma viagem de uma semana ao redor do Mediterrâneo. Com mais de seis mil passageiros em grandes navios, a receita é considerável.

Apesar disso, as principais linhas de transporte marítimo ainda se recusam a gastar dinheiro em tecnologia adequada de gases de escape, criando uma grande ameaça para a saúde, não só dos cidadãos e dos hóspedes dos portos que visitam, mas também dos moradores de regiões costeiras e até do interior.

A fumaça também pode colocar em perigo os passageiros: até os navios mais novos bombeiam níveis incríveis de poluição.

A indústria de cruzeiros não está em conformidade com os padrões públicos básicos em termos de meio ambiente e saúde humana.



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