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Se a tecnologia avançar, esse tipo de tinta poderá ter aplicações diversas

Ao contrário dos combustíveis fósseis, o gás hidrogênio é um combustível que não afeta a atmosfera. Trata-se da fonte de energia mais limpa de todas, cujo único subproduto é a água. Mas ainda há desafios para a tecnologia.

Até agora, os combustíveis fósseis eram necessários para obter esse hidrogênio, e a água utilizada no sistema tinha que ser destilada. Só que as coisas estão começando a mudar. Cientistas criaram uma substância semelhante a uma tinta que pode tirar o hidrogênio do ar, provendo uma fonte ilimitada e barata de energia limpa.

A tinta é feita a partir de um novo químico sintético denominado sulfureto de molibdênio, que tem características parecidas com as da sílica em gel. Você sabe, a sílica é ótima para absorver a umidade e saquinhos de sílica são comuns em caixas de eletrônicos e em vestuário.

Ao contrário do gel de sílica, o sulfureto de molibdênio é também um semi-condutor. Ele captura naturalmente o vapor de água do ar e o separa em hidrogênio e moléculas de oxigênio.

Redução de combustíveis fósseis

Pesquisadores da Universidade RMIT, na Austrália, realizaram o estudo, liderado pelo Torben Daeneke. Os resultados foram publicados na revista ACS Nano. O hidrogênio pode ser usado em motores de combustão interna ou em células de combustível. Já existem alguns ônibus e carros que funcionam com combustível de hidrogênio. Sendo tão limpa, o uso generalizado da tinta poderia reduzir sensivelmente as emissões de combustíveis fósseis, oferecendo-nos a energia que o século XXI exige, de forma econômica.

Uma vez que a queima de hidrogênio não causa poluição do ar, a tecnologia também seria vantajosa em termos de saúde pública. A poluição atmosférica é um problema real nas cidades do mundo todo e estudos mostram que a exposição constante pode levar a problemas respiratórios sérios, como asma, deficiências de desenvolvimento em crianças muito pequenas e mais. Além do combustível, o hidrogênio é usado em processos agrícolas e industriais, em que também pode haver aplicação.

Sobre as descobertas, Daeneke disse:

“Descobrimos que misturar o composto com partículas de óxido de titânio leva a uma tinta que absorve a luz solar e que produz combustível de hidrogênio a partir da energia solar e da umidade do ar. O óxido de titânio é o pigmento branco que já é comumente usado na pintura de parede, o que significa que a simples adição do novo material pode converter uma parede de tijolos em geradora de energia e proporcionar a produção de combustíveis renováveis em imóveis. Esse desenvolvimento tecnológico proporciona uma grande variedade de vantagens. Não há necessidade de água limpa ou filtrada para alimentar o sistema. Qualquer lugar que tenha vapor de água no ar, mesmo áreas remotas longe da água, pode produzir combustível.”

O reconhecido professor Kourosh Kalantar-zadeh colaborou no estudo. Ele disse que a substância funciona mesmo em áreas onde não há muita água, mas deve funcionar melhor na costa, onde a água do mar é constantemente evaporada pelo sol – desse modo, a tinta teria uma fonte constante de vapor de água para produzir combustível. A maioria das grandes cidades do mundo é costeira ou está localizada nas proximidades de um corpo significativo de água. A tinta teria baixo custo, de acordo com o Daeneke.

Problema no armazenamento

Uma desvantagem é que os pesquisadores ainda não abordaram como o hidrogênio seria armazenado. Isso é incrivelmente difícil. Novas tecnologias e infraestrutura terão que ser construídas também para permitir que carros e outros sistemas utilizem esse novo combustível. Até tubulações de hidrogênio podem precisar ser construídas. Apesar de alguns obstáculos, os pesquisadores dizem que essa tinta pode se tornar comercialmente disponível em cerca de cinco anos.


Fonte: Big Think


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